
Dois projetos da UFBA foram aprovados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), dentro do Programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT): “Ciência e democracia”, liderado pelo professor João Carlos Salles, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH), e “Democracia digital”, coordenado pelo professor Wilson Gomes, da Faculdade de Comunicação (Facom). Os projetos receberam, respectivamente, notas 9.89 e 9.95.
Enquanto o projeto do professor João Carlos é a grande novidade entre os INCTs aprovados nesta edição, o projeto do professor Wilson Gomes dá continuidade ao trabalho que já existia, acumulando números expressivos. Envolve, por exemplo uma rede com 70 pesquisadores nacionais e 20 institutos brasileiros, agindo em três áreas: Comunicação, Ciência Política e Administrativa. Somado a isso, elenca mais de 50 alunos e soma 400 artigos científicos, 104 dissertações de mestrado, vários projetos de recursos humano, programas de treinamento e cursos sobre FakeNews, Pós-Verdade, entre outros. “Queremos nos tornar uma referência nessas áreas dedicadas à transformação digital”, explica Gomes.
O novo INCT “Ciencia e Democracia”, do professor João Carlos, mira em obter a mesma robustez. Vai contar com um time de 195 pessoas, entre eles: 64 pesquisadores do Brasil, 24 de instituições internacionais, 100 estudantes de pós-graduação e sete pesquisadores do comitê gestor. O projeto propõe estudar o que há por trás de um fenômeno do cotidiano: o avanço científico de um lado e a degradação dos valores humanos de outro. “Para reverter a situação há dois caminhos: estimular as políticas públicas e a formação cidadã e descobrir como combater as FakeNews, a pós-verdade e o negacionismo”, explica Salles.
Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFBA, Ronaldo Lopes Oliveira, o resultado reflete uma preocupação mundial: as ameaças à Democracia. Ele parabeniza os pesquisadores e ressalta a importância dos projetos para o avanço científico e social do país. “A UFBA celebra a aprovação dos ‘INCTs Ciência e Democracia’ e ‘Democracia Digital’. A conquista reforça a excelência da Universidade em pesquisas estratégicas sobre sociedade, política e ciência, destacando seu compromisso com a produção de conhecimento crítico e transformadora”, afirma Ronaldo.
Os INCTs são os instrumentos mais importantes da ciência no Brasil. Eles se unem em redes nacional ou internacional e formam centros de referência em uma área de pesquisa. A chamada, em 2025, de novos Institutos aprovou um total de 143 projetos, ampliando em cerca de 20% a quantidade de propostas contempladas nos resultados preliminares. A ampliação foi possível graças a um acréscimo de R$ 135,6 milhões em relação ao investimento inicialmente previsto, que era de R$ 1,5 bilhão. Com isso, o aporte total ficou em R$ 1,63 bilhão.